22.4.06

Carta aos Portugueses

Caros Portugueses,
A nossa situação financeira e social está em maus lençóis. É verdade. Mas a culpa não é só dos políticos! E da corrupção. É de cada um de nós, desde estudantes a trabalhadores, agricultores e economistas. A culpa é nossa, porque até os nossos sonhos mais íntimos deixamos para mais tarde, sempre para amanhã, quanto mais sermos pontuais no trabalho e correctos na vida social. O problema está no nosso egoísmo de pouco fazer, porque separar o lixo dá trabalho e enche o canto da cozinha, os textos que têm que ser preparados antes para o trabalho/emprego vão ser lidos meia hora antes, no trabalho só queremos descansar e parar para um cigarro... E nada de produtividade. Nada de dar valor ao lugar que temos na empresa e ao ordenado que, mesmo sendo pouco, nunca pode subir se não dermos um impulso à economia.
Não podemos progredir com este espírito derrotista e de pouca vontade. Tudo se faz com luta, a vida não é um filme ao qual assistimos no cinema: aí tudo se resolve com um sorriso. Na vida real, meus caros amigos, tudo se resolve com paciência e vontade. o que vos falta, Portugueses. Pensem um pouco. não basta fugir para o estrangeiro se o vosso espírito é sempre igual.
Um esforço todos os dias... comecem pelo pouco, mas comecem!

13.4.06

Tributo ao Cântico Negro

José Régio,

Leio-te o teu melhor poema
Para não me entregar à inércia,
De que todos os que me rodeiam,
vivem.
Leio-te para não me esquecer
que eu corro para um Bem maior.
Leio-te para me lembrar de que tudo consigo,
Que tudo o que sonho é possível.
Basta continuar a correr.

Corro entre as gentes da cidade
E a espuma do mar.
Corro numa ansiedade
Que me faz acalmar.
Divido-me nos cruzamentos da vida,
No cântico e na subida,
De novo encontrando-me na rotunda.

São ciclos mais tumultuosos que tornados
Cansados estafados mas sonhados.

A minha realidade é Sonho.
Sonho durante e pelas ondas da areia
E as pedras da calçada,
Pelo ar poluído
Numa grande lufada.

Corro por entre buzinas
E espantos.
Sorrio.
Quanto mais me canso,
Mais forças tenho: É o que me ensinas.

Leio-te para não me esquecer do caminho
E para me recordar
Que as vozes que ouço
Nem chegam a incomodar.

Eu Vivo nos Becos Lamacentos!!!