Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago, 1995
Li-o em 2004, a seguir ao exame de código, que me roubou grande parte do meu tempo e concentração. Foi para comemorar. Foi um verão em que trabalhei como recepcionista numa residencial e quase rezava para que não aparecesse nenhum hóspede, daqueles que só vão "tomar banho" com a senhora, nem nenhuma chamada.
O livro já o tinha há algum tempo. Como muitos livros que tenho, compro-os em alturas de oportunidade, e leio-os anos depois, quando o interesse assim o proprorciona.
Como todos os livros em comparação às suas adaptações cinematográficas, é mais profundo, mais denso, e a escrita de Saramago assim o realça.
Fiquei completamente apanhada pelo livro, só descansei depois do último ponto final. A condição humana levada ao seu mais profundo desprezo e imundíce. A excepcionalidade da mulher do médico, que vê e que descreve tudo o que vê, ajudando-o nas suas mais pequenas tarefas. As personagens não têm nome e não teriam rosto, se não houvesse filme.
O filme está bem feito. A adaptação está boa, apesar das muitas críticas que ouvi. Penso que as imagens, pequenos e grandes planos... Misturas de luz...
Gostei bastante.
O livro já o tinha há algum tempo. Como muitos livros que tenho, compro-os em alturas de oportunidade, e leio-os anos depois, quando o interesse assim o proprorciona.
Como todos os livros em comparação às suas adaptações cinematográficas, é mais profundo, mais denso, e a escrita de Saramago assim o realça.
Fiquei completamente apanhada pelo livro, só descansei depois do último ponto final. A condição humana levada ao seu mais profundo desprezo e imundíce. A excepcionalidade da mulher do médico, que vê e que descreve tudo o que vê, ajudando-o nas suas mais pequenas tarefas. As personagens não têm nome e não teriam rosto, se não houvesse filme.
O filme está bem feito. A adaptação está boa, apesar das muitas críticas que ouvi. Penso que as imagens, pequenos e grandes planos... Misturas de luz...
Gostei bastante.
O Leitor, Bernhard Schlink, 1995
Espelha as problemáticas que surgiram nas duas décadas a seguir ao final da Segunda Grande Guerra. Assisti na Alemanha a seminários sobre o tema e tem muito por dizer ainda. Há ainda a preocupação do governo Alemão em assinalar de forma simbólica os aniversários do final da Guerra, o dia dedicado ao Holocausto, para que a opinião internacional não se lembre de acusar: "Hei, eles estão a ignorar o passado! Não se podem esquecer, senão volta a acontecer!". TODOS TÊM ESSA RESPONSABILIDADE, não deixar que coisas parecidas aconteçam.
Adiante.
Eu adorei o livro, li-o com a Dr. Anne Nicklich, nas aulas de alemão, no original e apaixonei-me. A história é simplesmente genial. Engloba o amor erótico entre uma mulher mais velha e um rapaz de 15 anos. Logo aí, prende o leitor e vende bem. E alia o passado sinistro de uma mulher que trabalhou para as SS, deixou morrer mulheres num incêndio e acarretou com a culpa sozinha, porque não quis dizer: não sei ler, não sei escrever.
E mais.
Como estudante de direito que é, Michael Berg assiste ao seu julgamento, sem a trair, e sem a salvar também, de uma pena tão pesada. Sem denunciar a relação deles. E com ele, ela aprende a ler, para sua felicidade.
O filme está bem adaptado. Tive pena da cena do cinto não ter sido contemplada. Quando fazem a viagem de bicicleta, Michael fica num hotel com Hanna. Pela manhã, ele acorda mais cedo e deixa-lhe um bilhete, ia fazer algo à rua e ja voltava. Ela ofendeu-se, porque não sabia ler e assim que o vê, bate-lhe com o cinto. É desconcertante.
Outra falha do filme: é demasiado explícito desde o início que ela é analfabeta. No livro, isso é subtil e revela-se mais tarde.
Gostei de ver dois actores alemães a interpretar o seu papel em inglês. Achei positivo, afinal, eles merecem estar num filme, cuja língua original do texto é a sua.
Reconheço que ambos os filmes se difundem melhor em inglês, mas prefiro na língua original. As legendas servem para isso mesmo: para suprir as nossas falhas de interpretação da língua.
Adiante.
Eu adorei o livro, li-o com a Dr. Anne Nicklich, nas aulas de alemão, no original e apaixonei-me. A história é simplesmente genial. Engloba o amor erótico entre uma mulher mais velha e um rapaz de 15 anos. Logo aí, prende o leitor e vende bem. E alia o passado sinistro de uma mulher que trabalhou para as SS, deixou morrer mulheres num incêndio e acarretou com a culpa sozinha, porque não quis dizer: não sei ler, não sei escrever.
E mais.
Como estudante de direito que é, Michael Berg assiste ao seu julgamento, sem a trair, e sem a salvar também, de uma pena tão pesada. Sem denunciar a relação deles. E com ele, ela aprende a ler, para sua felicidade.
O filme está bem adaptado. Tive pena da cena do cinto não ter sido contemplada. Quando fazem a viagem de bicicleta, Michael fica num hotel com Hanna. Pela manhã, ele acorda mais cedo e deixa-lhe um bilhete, ia fazer algo à rua e ja voltava. Ela ofendeu-se, porque não sabia ler e assim que o vê, bate-lhe com o cinto. É desconcertante.
Outra falha do filme: é demasiado explícito desde o início que ela é analfabeta. No livro, isso é subtil e revela-se mais tarde.
Gostei de ver dois actores alemães a interpretar o seu papel em inglês. Achei positivo, afinal, eles merecem estar num filme, cuja língua original do texto é a sua.
Reconheço que ambos os filmes se difundem melhor em inglês, mas prefiro na língua original. As legendas servem para isso mesmo: para suprir as nossas falhas de interpretação da língua.
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