23.3.07

Facadas

Facadas.
Todos os dias facadas.
Nos meus passos curiosos e distraídos pela rua recebo bruscamente facadas;
Umas mais pequenas, Outras mais sem importância.
E Aquelas que não esperamos.
Ui!
Nesta vida talvez feito apenas mal a uma única pessoa;
O Resto tenho-o resolvido.
Será o reflexo redobrado?
Tento resolver, afinal, a consciência pesa sempre.
Não sei se foi dessa vez, Não sei se foi pela minha surdez...

Hoje em dia ja se recebem facadas pelo Telemóvel, facadas pelo Msn...
As facadas tornaram-se tecnológicas
Tornam-se impulsos eléctricos que nos entram pelos Olhos
Sobem até ao Cérebro e logo se espalha por todo o Corpo
Mas incide com maior Força
Onde a paixão pela Vida pulsa.

Facadas.
You make me Sad, You make me strong, You make me mad...

22.3.07

"Onde os repuxos do Tanque cuspiam lagrymas de Vidro."
[Almada Negreiros]

21.3.07

Olhar um pouco mais além... Mesmo aqui.

Sempre desentendimentos e lamentações. Coisas que se ficam por dizer, pelo medo da Intolerância. Quantos dedos ficam petrificados pelo medo do Esmagamento. Porque os que conseguiram um pouco de Poder ou sentem superioridade, esmagam a todo o momento quem percorre mais caminhos, muitos deles mais tortuosos até para chegarem a um Fim. Não o Fim de Morte, mas um Fim de objectivo realizado.
Sempre esta relação Fraco-Poderoso. Os ricos apontam o dedo sem tocar nos pobres, o Homem como ser masculino lança a mão, por vezes até com mais artifícios, para deter a Mulher e mantê-la em cativeiro, em Regime de Pai e Filha, com sexo pelo meio. Se fugir a essa Ordem, não é boa mãe para os meus filhos, não será boa companheira. Os que têm sucesso não se calam que se mexeram, que suaram, que foi obra exprimida da sua mais pura essência e dedicação. Depois fecham-se no seu Mundo e não notam que o Mundo não precisa de individualismos, mas sim de comunidade, de serviço civil, de preocupação pelo outro. Não porque Jesus nos mandou, mas porque somos Humanos, não somos animais indiferentes ao que se passa em outros habitates.
Vivemos num Capitalismo que rege as ânsias do natural ambicioso Ser Humano. Que se acomoda aos prazeres, aos luxos. E ninguém ou, para não ser injusta, quase ninguém se preocupa com o Bem Comum que é o Planeta, certos conflitos originados pela estupidez, mas que apesar disso estão lá e fazem sofrer. Estamos demasiado preocupados com dinheiro para nos virarmos para esses lados. E lá vamos sustentando as ambições dos mais poderosos, pois fechamos os olhos aos crimes ecológicos, às violações dos Direitos Humanos, etc, etc.
O Direito de expressão livre está aí, mas os direitos Humanos não são respeitados, tal como o direito ao Trabalho digno e o direito à Liberdade da Mulher, que continua escrava também do Paterfamilias, seja ele marido ou pai.

Igualdade e Solidariedade, Tolerância pelo Multiculturalismo.

Cego é aquele que não quer ver.

18.3.07

"Momentos de fraqueza na vida qualquer um de nós poderá ter e, se hoje passámos sem eles, Tenhamo-los por certos amanha."
[José Saramago em "As Intermitências da Morte"]

15.3.07

Instruir-se

Gostar de Ver
De Observar
De Olhar,
Conversar,
Ouvir
Sentir,
Aprender,
Ler.

Apenas isto:
Deixar sorver tudo.
Não ser surdo nem Mudo...

Velocidade Metálica do Branco

Num comboio de Ontem
Um Vulto me perseguiu.
Entre visões tremidas
Vi porém tuas feições bem definidas,
Mas a oportunidade me fugiu.

Neste comboio branco
Por entre paisagens Verdes,
Vi o Sebastião!
Sim, era ele
Mas não era o mesmo, não:
Sofrido,
Atado a cordas eléctricas,
E ao correr pelo vagão,
Me gritou
Basta! Para mim bastou.
Acabou!

Por entre a Velocidade
E aquela comodidade
Tocava nas cordas eléctricas.
E fugiu.
Um assombro de medo ao seu rosto lhe subiu.
A minha corrida resistiu.
Porém entre o Tejo e o Douro
Afastei o Agouro
Porque este Anel de Ouro
Não foi entregue ao rio.

Esta Velocidade trará a Felicidade
Vai cumprir a missão.
Seja ela qual seja,
Não desisto, não!

14.3.07

kömisches Gefühl und Angst

O Cheiro da Morte
Confunde-se com o cheiro da Primavera.
Os sorrisos desprendidos e sonoros
Confundem-se com as lágrimas destes olhos.
Ai, será esta a minha Sorte?

Prever sempre me suavizou o Destino.
Pressentir também.
Mas acreditar com todas as forças já me enganou
Sim, esse enganar até ao Desatino.

Imagino-me só,
Sem o sorriso do Novos
Sem os conselhos dos Anciãos
E Choro.

A Alegria de um Momento
Pode ser a Angústia para toda a Vida.
Coração apertado e apartado...
E todo este apartamento
Este correr pelo Desejo
Pode significar a Solidão eterna.

Espero pelo dia em que chegarás
São e salvo a mim, Anjo.
Trarás as minhas maiores alegrias!!!
Mas temo que, ao recusares-te a trazê-las,
Me dites a Morte do meu Espírito;
Me dites a dor desta queda;
Me proíbas de entrar em minha própria casa.

Nesse dia de Solidão
Vou fechar este coração
Irá ser também enterrado
E bem ali ao lado
Meu corpo esperará
Pelo dia que apodrecerá.

Citar...

Einsamkeit zeitigt das Originale, das gewagt und befremdend Schöne, das Gedicht. Einsamkeit zeitigt aber auch das Verkehrte, das Unverhältnismäßige, das Absurde und Unerlaubte.

[Thomas Mann in "der Tod in Venedig"]

A solidao é propícia ao original, ao estranhamento, à ousadia do Belo, à Poesia. Mas gera também o perverso, o mosntruoso, o absurdo e o ilícito. [Traducao por Isabel Castro e Silva]

10.3.07

Sonhos com Sabor a Realidade

Sonhos com sabor a Realidade
Tudo com tal intensidade
Que me suscita a Felicidade
Ao escrever estas Palavras
Sinto até Comocao
Sim, esse tipo de Aperto,
Exacto, no Coracao.
Era a tal Personagem
Que ora está no centro,
Ora está à margem,
Desta confusao,
Desta emocao.
Esquecer nao consigo
Aqueles lábios que se renderam
Que tantas vezes em mim se perderam
Que tantas vezes estavam comigo.
Erros
Esses que me desviaram
Que me desacreditaram.
Só isso.
Entretanto sonho e ignoro
E por lá vai também ignorancia
Desta minha constância
De como aqui moro.
Pergunto-me sem resposta
Quando esquecerei tal personagem
Que fora do palco já
Fica nos bastidores
E aparece e provoca dores
Lindo Sonho se sonhou
Que assim me deixou
Depois da Descoberta
Que nao foi mais mesmo apenas
Que um Sonho, o que se passou.

6.3.07

Spazieren am Kanal

Água.
Que por mais escura do Inverno
Sempre acalma, sempre tranquila.
És tu, Água,
Sempre leve e lisa,
Que me recordas a sede da minha mágoa.
Tu que, tanto em demasia
Ou em Maré vazia,
te tornas num Inferno...

Porém tens o dom da Vida.
No ventre de minha mae
Em ti fui envolvida;
Na minha infância
Foste a mais preciosa brincadeira
E fonte de Respeito.

Porque existes sou um ser satisfeito.

Basta-me um rio
Um canal
Para me recordar de ti
No meu Portugal.

5.3.07

...Correr...

Dúvidas...
Pairam em torno da minha cabeca
Como planetas.

E se... E se...
Correr atrás sem ter nocao do resultado.
Pensar que pode trazer um espírito magoado
Desmoralizado...
É o preco a pagar pela Felicidade.
Alcancar objectivos tem imposto.
Sempre teve.
Mas quem corre por gosto...!!!
Sentir que a tentativa depois do fracasso
Nos traz embaraco,
Porém sem tentativa, sem iniciativa
Nao há verdadeira vida.
Hoje sonhei com uma estrada cheia de obstáculos...
E eu nao temi:
Corri.

2.3.07

Nada mais que a Verdade

A sociedade obriga-nos a esquecer certos desejos e vontades. Apontam-nos o dedo ou com uma palmada nas costas dizem:


Esquece, é impossível.

E há apenas duas hipóteses: Concordar; Refutar.

Nas mäos de cada um...

Platäo. Ouvi-te muitas vezes. Talvez tivesses sempre razäo, mas apenas talvez.
Talvez esteja na hora de näo ouvir mais, apesar de nao estar ilúcido. Talvez a palavra arriscar se venha a integrar mais no meu leque de accöes.
Näo há vidas estruturadas.
Por mais que se planeie, há sempre erros de cálculo.
O meu percurso está cheio deles: Uns muito felizes, outros nem por isso.
Mas tudo nao serve mais que para... Aprender.
Quem se atreve a contestar?